| Imagem: Bete, 17-03-2011 |
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Portanto,o local que deu origem ao bairro da Aclimação é uma área sinuosa, cheia de morros e baixadas. Foi essa área que Carlos Botelho, médico nascido em Piracicaba e formado em Paris, adquiriu em 1892, em busca da realização de um desejo nascido na capital francesa: a criação de uma versão brasileira para o Jardin d’Acclimatation. Assim, o nome indígena deu lugar à inspiração francesa no que passou a se chamar Jardim da Aclimação, origem do atual Parque e de todo o bairro. O nome ´´Aclimação´´ surgiu do tupi e, apesar de haver controvérsias, acredita-se que significa ´´morro ou colina´´
Durante 30 anos, até a década de 1920, este jardim, muito maior do que é hoje, foi uma das grandes atrações da capital. No local Botelho conseguiu criar um complexo de lazer e de pesquisa. Ali, o médico, pesquisador e político realizava a quarentena, ou "aclimatação" de gado trazido da Holanda. Na "cremérie", os frequentadores do parque podiam beber leite tirado na hora ou adquirir derivados como creme ou queijo. Lá também funcionava a sede da Sociedade Hípica Paulista, que depois transferiu-se para o Brooklin Novo, um posto zootécnico e um laboratório de pesquisas científicas. Para o lazer, havia o bosque, o lago formado a partir do represamento de córregos da região, no qual haviam canoas para passeios, um zoológico (o primeiro da cidade) com ursos, leões, macacos, elefantes, onças e outros animais, além de salão de baile, rink de patinação, barracas de jogos, aquário, parque de diversões. Para entrar, os visitantes pagavam 300 réis. Por se tratar de uma região semideserta, o acesso ao Jardim da Aclimação através de transporte público só era possível aos domingos e feriados, quando o bonde nº 28 partia da Sé.
Anexa ao jardim, havia uma extensa área privada pertencente à família Botelho. Na década de 1930, ela começou a ser loteada pelos filhos do médico, que há anos enveredara para a atividade política e passara a propriedade das terras aos seus herdeiros. Em 1938, ao ser informado de que estes, com dificuldades para arcar com a manutenção e despesas do Jardim da Aclimação, iriam loteá-lo também, o prefeito Prestes Maia propôs a compra do local. Em 16 de janeiro de 1939, os herdeiros Antônio Carlos de Arruda Botelho, Constança Botelho de Macedo Costa e Carlos José Botelho Júnior oficializaram a venda da área de 182 mil metros quadrados à prefeitura de São Paulo, por um valor de 2.850 contos de réis. Paradoxalmente, a aquisição marcaria não o renascimento do Jardim da Aclimação, mas o fim, em definitivo, da maior parte de suas atrações, e o início de longos períodos de alternância entre abandono e revitalização da área verde.
Nesta época era um dos pontos mais procurados para o lazer da cidade aos domingos e feriados. O bairro recebeu a vinda dos imigrantes europeus e japoneses, que estabeleceram residências, comércios e igrejas.
Na década de 30, a família Botelho iniciou a divisão e o desenvolvimento da região. Assim começaram a ser povoadas as terras, ruas e alamedas foram abertas, o loteamento formando-se bairros que cresceu ao redor do Parque e depois se tornaram sub-distrito da Aclimação: Cambucí, Liberdade, Paraíso, Jardim da Glória. A lei que definiu a posição do bairro como distrito de paz foi assinada no dia 23/12/1938, sob n° 9.859 e hoje, Aclimação é o 37° sub-destrito de São Paulo.
O bairro foi moldado de acordo com morros e baixadas, obtendo as ruas com nomes curiosos de pedras preciosas: Ágata, Ametista, Topázio, Safira, Turmalina etc, além de nomes dos planetas do sistema solar: Saturno, Júpiter, Urânio.
No ano 1939 a prefeitura com então prefeito Prestes Maia, comprou a área, afim de evitar mais loteamentos e tornou o Parque da Aclimação como patrimônio da cidade. Mas quando a prefeitura passou a administrar o parque ficou abandonado: o zoo foi retirado, o local ficou depredado, o lago poluído, surgiu o matagal e proliferou o lixo.
Após 15 anos (05 de maio de 1955), a Lei n° 4.668 aprova um plano de melhoramento urbanístico para o bairro na administração de William Salem, prefeito do município de São Paulo: as alamedas foram asfaltadas, colocaram iluminação nos postes e construiram Concha Acústica para realizações de shows.
Na década de 70, foram instalados ao redor do parque grades para controlar a entrada nos 4 portões, pois apresentava declínio, com aparecimentos de ladrões e usuários de drogas, à insegurança devido a marginais que apareciam no local.
A partir de sua criação o parque sofreu diversas perdas por questões da urbanização em sua volta e recebeu uma Biblioteca Municipal chamada, Infanto Juvenil Ophélia França, um Centro Esportivo Municipal, playgrounds, uma pista de cooper, campos de futebol, ajardinamento e sanitários.
Sua área foi reduzida de 182 mil m² para 112 mil m². Nesta mesma época, vários órgãos da prefeitura passaram a administração para o Departamento de Parques e Áreas Verdes (DEPAVE).
A Associação de Defesa do Parque, criada por moradores que estabelecia o impedimento de desintegração do bairro e desejavam o tombamento da área para a preservação do jardim, teve o apoio de vários setores representativos dessa comunidade como: escolas da região, a União Cultural Brasil-Japão, Ambientalistas, a imprensa como o jornal do Cambucí e Aclimação entre outros com o objetivo de salvar o parque e demonstrar a conscientização da população do bairro.
A realização da assinatura do tombamento ocorreu no dia 05 de outubro de 1986, data que se comemora o aniversário do parque, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico e Turístico de São Paulo (CONDEPHAAT).
Hoje o parque é visitado por milhares de pessoas que diariamente fazem um passeio com seus animais de estimação ou famílias que fazem suas caminhadas, corridas, meditação, ioga, jogam futebol no campo e muitas outras atividades como Rádio Taisso ( de segunda à sábado das 6:30h às 7:00h), Dança (terças, quintas e sábados das 7:30h. às 8:30h), LIan Gong (sextas e sábados das 8:30 às 9:30h), Tai Chi Chuan ( de segunda à quinta, das 7:30h às 9:30h) . Essas atividades são frequentadas por pessoas de diferentes nacionalidades como japoneses, coreanos, chineses, portugueses, espanhóis, italianos, alemães, árabes,etc Além disso, os frequentadores do Parque têm a oportunidade de participar de diversas campanhas em prol da Saúde que conscientizam para os riscos de doenças cardíacas, doenças renais, etc O Parque também oferece um grande roteiro botânico desde Eucaliptos, Pinheiros até Jequitibá-rosa e Jacarandá-mimoso. Além de gansos, garças, patos e pássaros. O artísta plástico, Arcangelo Lanelli, deu duas esculturas ao parque, “Os amantes” e “Dança branca”.Do Parque , podemos ter acesso á Biblioteca Raul Bopp que conta com um acervo de aproximadamente 31 mil exemplares constituído por livros didáticos, paradidáticos, dicionários, enciclopédias, jornais, revistas, recortes, mapas, atlas, multimídia etc.Todo o acervo pode ser encontrada no Catálogo online.A Biblioteca oferece um ambiente muito agradável para as leituras e funciona de segunda à sexta, das 8:00h. às 17:00h e aos sábados, das 9:00h. às 16:00h.
É triste recordar que no dia 23 de fevereiro de 2009 , o rompimento do sistema de circulação de água fez com que o lago do parque da Aclimação se transformasse em um enorme lodaçal à tarde. A água vazou para a tubulação interligada ao sistema que deságua no rio Tamanduateí, arrastando peixes, cisnes, gansos e tartarugas que nadavam no lago.
Sensibilizados, moradores e frequentadores tentaram resgatar animais que se debatiam na lama.
Peixes iam sendo colocados em baldes e transferidos para uma espécie de tanque próximo ao lago, em um resgate improvisado pelos usuários do parque. No entanto, apesar do empenho, vários dos animais não sobreviveram à mudança.
O lago do Parque da Aclimação, que foi esvaziado após seu vertedouro se romper, deve ter suas obras de recuperação concluídas até março de 2011, de acordo com Carlos Fortner, diretor do departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente. Atualmente a Prefeitura ainda faz a retirada do lodo do fundo do lago e a construção de um novo vertedouro.
De acordo com Fortner a conclusão vai depender de como será o período de chuvas – já que diversas máquinas são utilizadas na lama do lago, e chuva forte constante pode atrasar o serviço. Infelizmente desde o final de fevereiro ,chuvas torrenciais têm inundado o Parque, portanto atrasos na obra acontecerão.Com as chuvas fortes, os praticantes da Ginástica Rítmica japonesa que fazem o uso da quadra, bem como os jogadores de futebol que fazem uso do campo, foram impossibilitados por conta da invasão das águas e lamas. Voltaram a usar a quadra somente no dia 15 de março.O acidente que causou o esvaziamento do lago ocorreu em 23 de fevereiro de 2009, após uma forte chuva. Em menos de uma hora 78 milhões de litros de água vazaram.
Desde que o lago esvaziou a Prefeitura anunciou reformas imediatas, que não foram tão rápidas. A primeira concorrência foi anulada. Agora, a recuperação está concentrada na retirada do lodo e na construção de um novo vertedouro. O lodo começou a ser retirado em junho. Uma draga suga o material pastoso, depositado no fundo, e lança tudo em caminhões que levam o material para a estação de tratamento da Sabesp no ABC.
“A gente fala em volume de lodo seco, dá quase que mil toneladas de lodo seco, isso dá 4,7 mil toneladas mais ou menos de lodo úmido. A gente já tirou praticamente metade desse volume previsto”, disse Fortner.
Para a construção do novo vertedouro, uma parte da pista de caminhada foi aberta. Os operários construíram os pilares que vão suportar o peso da água. “Diferente do vertedouro antigo, que é um ladrão de caixa d’água, o novo é uma parede, que retém a água, e num evento de chuva mais forte, o nível da água subindo, ela transborda por cima dessa parede, caindo para dentro, e vai sair na galeria”, explicou Fortner.
Enquanto isso, os amantes das caminhadas, corridas e principalmente os praticantes da dança deparam sempre com caminhões e mais caminhões que trabalham para essa obra de construção do novo vertedouro.
Fontes de consulta:
pt.wikipedia.org/wiki/Parque_da_Aclimação –
g1.globo.com/.../lago-do-parque-da-aclimacao-deve-ter-obras-concluidas-ate -marco.html
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